À dama negra
A silenciosa dama negra
traz - me doloridas sensações ,
lembrança do passado presente,
das canções, suaves canções !
Do teu cheiro tão diferente!
Da serenidade inconstante
e tempestuosos momentos.
Ó noite! Por que existe?
Por que o soberano dia
lentamente não a asfixia ,
afasta tua melancólica brisa
que friamente sopra em mim ?
Ó terrível dama de preto
amo- te e também odeio
odeio-te porque me torturas
amo-te porque em ti vive...
meus sepultados amores,
desejos irrealizáveis...
os instantes de dores,
Recordo em ti grande dama,
ela, quando endoidecida,
divinamente linda dizia
numa síntese de tudo,
que não me amava mais.
E eu pálido, Inerte fenecia ...
Ó dia , venha, venha absoluto,
transporta - me a um lugar qualquer.
Sufoca a eterna senhora de luto,.
Dissolva a imagem dessa mulher.
Os raios dourados surgem
e, por traz das escuras nuvens
o sol aparece impiedoso,
violentamente a incinera ,
com ela as amargas, amáveis lembranças.
Ó dia, por que viestes?
Farias 2000
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