Espectro da
alegria
Quando vi teu
epiléptico espectro
revirar a cabeça
na agonia do prazer,
com sussurros,
apertos e gritos contidos,
nesse enlace.
Não consegui
conter a atroz vontade,
Insana vontade!
Medo e alegria...
Invadiam-me em turbilhão.
Ao vê-la Linda,
esplendorosa...!
E tudo a mim, oferecias, permitias...
Oh ! Diga-me se
estou a delirar?
Minha alegria.
Deixe-me
disparatar aos teus ouvidos,
Também,
Leticia!
Farias 1994
À Você com muita saudade.
Saudades!
Do teu antigo sorriso de metal, dos teus lábios
escarlates, das tuas mão brancas espalmadas nas minhas costas quando me
abraçava. Dos teus olhos tristes e inocentes que me olhavas discretamente.
Saudades, muita vontade!
De arrancar teu vagabundo vestido longo bordados de
crisântemos roxos, comprado naquela barraca da feira de sábado, e elegantemente
vestias como se fosse de grife.
Saudades.
Muita saudade de apossar - me do teu corpo, de
tocar teus fartos seios lindos e mimosos, e tê-los todos para mim, somente, de
ouvir tua nasalizada voz a dizer: amo roçar teu corpo quente no meu, seu
canalha.
Saudades.
Do feérico momento da nossa entrega, tão
perfeitamente justa, tu e eu, feito o encaixe da gaveta do criado mudo ao lado
da cama do quarto nosso, sem nenhuma folga. Que perfeição!
Saudades.
De vê-la de lábios contraídos, sussurrando, dizendo
que fui seu melhor amante. Do perfume exalado dos cabelos quando jogavas para o
lado após o banho, de descer as escadas para fazer leite na madrugada para
tirar tua insônia, bobagem! Você dormia como uma fada depois do amor.
Ah! Saudades ...
Hoje , quando me vistes caminhando pelo calçadão da
ferrovia. Lembrei do ditado francês que sempre te dizia, LA PETIT MORT, e ainda
em êxtase, sorrias ...
Droga de saudade.
Não sei o que faço com o meu coração que
convulsivamente palpita quando te ver.
Farias 2015
Às vezes quero te
proteger,
Mas procuro... de quê?
És forte... e,
às vezes frágil,
Tão menina...
linda e louca ,
Mas mulher,
E que mulher!
És tu, e teu jeito de ser,
Que faz de mim,
O inocente homem que não sou.
Farias
1998
Em teu corpo de sedosos flancos,
de perigosas, delicadas formas!
Perdi-me por senda inéditas
do teu misterioso templo.
Recordo saudosamente,
repousando nos meus braços,
e sem receio algum, dizias,
sim querido! Você pode.
Minhas mãos
percorriam
teu ebúrneo belo corpo,
despertando teu desejo louco...
ébrios pela lúbrica excitação...,
você, eu, as estranhas vontades,
sepultávamos as honras...
feitos dois pagãos.
Farias 2010
Este teu jeito
enigmático
de querer. . .
Confundi.
Deixa-me pasmo.
Observo o teu ser na
totalidade,
posso dizer: é
mágico!
E invejo!
Tua maneira louca,
apaixonadamente louca
de viver.
És meu carrasco em
tudo.
E como um infame
réptil,
prostro-me aos teus
pés.
Meu ópio... Cínica...
Minha dose diária de
morfina,
sou dos teus prazeres
refém.
Mulher louca...
Desvesti...
Vivamos essa simbiose
insana.
Gênese do meu mal
necessário.
Ser necrófilo.
Tu me colocas no
limite
da loucura e da
razão.
Farias
03/05/2000
Toco teus seios
fartos,
beijo- te os lábios ,
desvisto-te
completamente,
contemplo,
acaricio...
teu corpo convulsivo,
ardente, desejoso...
Sinto o perfume...ah!
Entorpecente!
Único no mundo.
Embriagado pelo
cheiro,
vejo-te em desespero,
gozo profundo.
Agarra- se ao
travesseiro,
Sussurras , geme...
cerra os dentes...
numa intensa
contração de músculos.
Suspiros, ah!...
Sai...
Farias
04/05/2011
Desgraçado corpo que desejo!
És pecaminoso e belo.
Divagou por sebosas
camas.
Descrições pútrida de
sexo,
Mãos diabólicas,
profanas,
Invade, avilta
inocência
da alma que resta.
Torna-se alma e corpo
sujos,
maculados pelo
último ato
daquela ópera insana.
Ah! Devassa,
vândala..
Querida Messalina...
Quero sucumbir
contigo.
Farias 2012
ÉS um anjo me
tentando.
Às vezes me guarda,
tortura.
Deixa-me livre,
Ora junto a mim.
Coladinha!
Corpos unidos...
Almas unidas,
tudo num só pensar.
Mas tudo...
Brutalmente uno.
Farias. 1998
Beijá-la com
meu etílico bafo,
tua virginal boca
desenhada...
fazia de mim
privilegiado.
Oh! Amada
criatura, amada.
Que saudade!
De ter meu mau
diagramado eu,
Sobre a perfeita
assimetria do teu,
Ambos suspensos do
leito,
Por uma atmosfera
mágica
de prazer
e agonia...
Que viagem! Que
vontade,
de vê-la
desprotegida, linda...
Eu criatura vil ,
você, cândida...
Sem pudor, sem escrúpulos...
Desejo somente...
com toda as vontades
extras.
Institivamente.
Farias
2000
À dama negra
A silenciosa dama
negra
traz - me doloridas
sensações ,
lembrança do passado
presente,
das canções, suaves
canções !
Do teu cheiro tão
diferente!
Da serenidade
inconstante
e tempestuosos
momentos.
Ó noite! Por que
existe?
Por que o soberano
dia
lentamente não a
asfixia ,
afasta tua
melancólica brisa
que friamente sopra
em mim ?
Ó terrível dama de
preto
amo- te e também
odeio
odeio-te porque me
torturas
amo-te porque em ti
vive...
meus sepultados
amores,
desejos
irrealizáveis...
os instantes de
dores,
Recordo em ti grande
dama,
ela, quando
endoidecida,
divinamente linda
dizia
numa síntese de tudo,
que não me amava
mais.
E eu pálido, Inerte
fenecia ...
Ó dia , venha, venha
absoluto,
transporta - me a um
lugar qualquer.
Sufoca a eterna
senhora de luto,.
Dissolva a imagem
dessa mulher.
Os raios dourados
surgem
e, por traz das
escuras nuvens
o sol aparece
impiedoso,
violentamente a
incinera ,
com ela as amargas,
amáveis lembranças.
Ó dia, por que
viestes?
Farias
2000
O normal de hoje
O mundo está feio,
cinza e triste...
As pessoas somem uma
a uma,
sem tempo para dizer
adeus ou até mais...
O tempo violentamente
efêmero!
Não possibilita
longevos planos...
O mundo mudou,
acredite!
Ninguém entendeu a
mensagem...
O que temos para
amanhã?
Não sei!
Talvez a notícia que
fulano sumiu...
Se ele disse adeus?
Não sei...
Não veremos mais?
Não sei.
O mundo mudou,
entenda!
A incerteza das
coisas.
É certeza que
temos...
Farias 2020
Desejos
Teu olhar terno e
misterioso,
diz algo que não
entendo,
e na angustia de ver distante,
faz- me continuar
sofrendo,
tua sensualidade
inocente ,
desperta meu coração
perverso,
devoro-te, bela sem
pecado.
nos meus profanos
pensamentos.
Um dia, há de olhar
para mim,
feito um punhal
cortante,
Mas olhe, sem pureza
, prefiro,
nem que seja por um
instante.
Matará – me a sede
dos lábios seus,
e quando o êxtase do
prazer passar,
sem a inocência de
antes, saciada,
despreza- me ,mais
nada.
Farias
2010
SEGREDO...
Fiz versos de amor para
você
Sim! Falei dos
momentos sacanas.
Da paixão acalorada,
Só não falei o que
falaste.
O teu louco fetiche.
Falei de sentimento,
do amor que existe,
sem pudor ou
respeito.
Que importa? Se...
Sempre foi bom desse
jeito!
Por ti, e a ti, tudo
permitiria!
Mostrar tuas longas
pernas,
teu ousado decote...
Usar lingerie
provocante,
mas à noite, no
jantar rasgaria,
feito um louco
amante.
Desculpe!
Não falei do teu
fetiche,
só dos momentos
sacanas.
Farias
2001
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