Total de visualizações de página

02 janeiro 2024

RUTE NÃO É UMA VADIA.

 RUTE  NÃO É UMA VADIA

     No Bar do casarão, um lugar nefasto, frequentados por tipos também nefastos, e visto com desconfiança por todas as pessoas de bem da cidade, quando lá cheguei já passavam das 23;00h, o salão continuava lotado. Vestidas com poucas roupas e embriagadas, as mulheres tornavam-se presas fáceis para aproveitadores.

     Neste putrefato recinto, circulava uma adversidade de pessoas, porém destacava-se entre todas, a jovem Rute, uma moça bonita, um tanto quanto lasciva, não tinha a natural elegância feminina, nem um caráter admirável, suas convicções ideológicas se as tivesse, certamente não passavam da cama nos seus devaneios libidinosos.  Bela, dona de um par de coxas roliças e robustos, os seios a pular do provocante decote chamavam atenção de todos os frequentadores do casarão.

     Seu comportamento sexual hiperativo, segundo comentários feitos por seus devassos clientes, deixava qualquer homem, que a tivesse na cama, extasiado, pusilânime. Enquanto sem aparentar nenhum cansaço diria: __ te dou cinco minutos para se recuperar. Isso quando em seu pútrido leito não tinha mais de um acompanhante! Rute era adepta dos excessos! Relacionamentos coletivos era costume seu, e oficio.

     Naquela noite, apareceu no casarão, um sujeito de boa aparência, bem vestido, calçando um belo par de sapatos. Era no mínimo uma pessoa estranha, suspeita para o lugar, já que era um ambiente de vagabundos, rufiões e prostitutas, está ali, não condizia com a aparência que trazia. A despudorada Rute, assim que o avistou tratou logo de aproximar do desconhecido. Sentou à mesa, acendeu um cigarro, se apresentou. O homem, contrário dela, mostrava uma educação muito refinada, uma pessoa de classe social superior, tanto pelo o porte quanto pelas roupas. Olhou para o balcão e pediu uma bebida.

    Fiquei por um longo tempo vendo, admirado com a sensualidade extravagante de Rute. Imaginava quantos homens a teve, quantos ela tinha tido. De repente resolvem sair da mesa, ela pega na mão do misterioso homem, sobem a escada que leva aos quartos da velha mansão que fora transformada em bar. Como não confio em quem não conheço, também movido pelas coxas roliças e os seios a pular do decote, resolvi segui-los. Entraram em um dos quartos, não trancaram a porta, aproximei, fiquei a espiar a incitante cena. A atrevida Rute foi arrancando o vestido e as outras peças de roupas, ficando despida. O sem nome, olhava analiticamente com desprezo. Aquele gesto deixou-me raivoso, questionava porque não entrava para fazer parte daquela deliciosa congruência, ou porque não a tomava em meus braços? Haja vista o aparente licencioso não esboçava nenhuma reação de interesse pela intensa vontade sexual de Rute.

    Enfim, o galã foge tomado pelo medo da volúpia desenfreada, para não dizer desejo sexual exagerado. A depravação aumentava ao passo que tentava abraça-lo e era rejeitada. Rute estava um vulcão em atividade naquele momento! Um misto de desejo e ira inundava seu estranho apetite sexual. Lasciva, abandonada pelo o galante que saiu pela janela com medo de ser devorado pela voraz vontade da moça, ficou desolada, e em prantos caiu sobre a cama.

    Seu intenso desejo fê-la perder o senso, rolava de um lado para o outro, mordia os lençóis, acariciava os seios, contraia as pernas, o corpo banhado de suou, cerrando os dentes soltava abafados gritos. Desesperada para matar sua patológica vontade, também pulou a janela, saiu pela rua, feito um animal à procura de comida. Saí apressado atrás, desta vez as coxas roliças e os robustos seios a pular do provocante decote, não me importava mais, tínhamos um liame. Sentia pena daquela mulher demasiadamente louca, entregue a todas as liberdades e prazeres. Encontrá-la era  algo mais valoroso do que o desejo de  possuí-la.

      Preocupado, rezava silenciosamente para nenhuma coisa de ruim acontecesse com aquela mulher divagando nua e desprotegida por um lugar ermo, extremamente perigoso. Enquanto procurava a minha insana messalina, lembrava dos falatórios, os boatos sobre um homem atacando mulheres e conduzia-as até um bosque existente próximo do casarão e lá as violentava sexualmente. Contaram-me também que quando ouviam os gritos de agonia e torturas das vítimas, a música do bar tinha o volume aumentado para não escutarem ou ousassem ir socorrê-las ou chamarem a polícia, certamente, seria um péssimo plano para o bar. Tudo isso tirava-me a esperança de encontrá-la ainda com vida.

     Depois da longa e estressante buscar, o desfecho não foi trágico mediante as possibilidades do fatalismo. Finalmente, pouco mais de um quilometro encontrei Rute, escorada em uma arvore, a saciar com alguns mendigos, seus desejos. 

Infames desejos, indomáveis desejos que a faziam escrava. Nada pude fazer, senão, àdistância assistir ao mais degradante ato.                                                                         

          
                                                                                                                                                                   Farias.15/05/ 2006.      

Nenhum comentário:

Postar um comentário