À Você com muita saudade.
Saudades!
Do teu antigo sorriso de metal, dos teus lábios escarlates, das tuas mão brancas espalmadas nas minhas costas quando me abraçava. Dos teus olhos tristes e inocentes que me olhavas discretamente.
Saudades, muita vontade!
De arrancar teu vagabundo vestido longo bordados de crisântemos roxos, comprado naquela barraca da feira de sábado, e elegantemente vestias como se fosse de grife.
Saudades.
Muita saudade de apossar - me do teu corpo, de tocar teus fartos seios lindos e mimosos, e tê-los todos para mim, somente, de ouvir tua nasalizada voz a dizer: amo roçar teu corpo quente no meu, seu canalha.
Saudades.
Do feérico momento da nossa entrega, tão perfeitamente justa, tu e eu, feito o encaixe da gaveta do criado mudo ao lado da cama do quarto nosso, sem nenhuma folga. Que perfeição!
Saudades.
De vê-la de lábios contraídos, sussurrando, dizendo que fui seu melhor amante. Do perfume exalado dos cabelos quando jogavas para o lado após o banho, de descer as escadas para fazer leite na madrugada para tirar tua insônia, bobagem! Você dormia como uma fada depois do amor.
Ah! Saudades ...
Hoje , quando me vistes caminhando pelo calçadão da ferrovia. Lembrei do ditado francês que sempre te dizia, LA PETIT MORT, e ainda em êxtase, sorrias ...
Droga de saudade.
Não sei o que faço com o meu coração que convulsivamente palpita quando te ver.
Farias 2015
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